José
 Ribamar dos Santos Portácio, de 26 anos, o “Digné”, foi apresentado, na
 tarde desta quarta-feira (25), no auditório da Secretaria de Segurança 
Pública do Estado (SSP/MA).
Ele é apontado como autor do assassinato
 da menina Maísa Moreno da Silva, de 6 anos, que morreu após ser 
estuprada e estrangulada em Urbano Santos, no último fim de semana, 
sendo encontrada ainda com vida em um matagal da cidade.
Em entrevista à imprensa, o delegado 
regional de Itapecuru-Mirim, Alberto Fontes, disse que, na terça-feira 
(24), oito pessoas foram encaminhadas ao distrito policial de Urbano 
Santos como possíveis testemunhas da morte brutal da criança, incluindo o
 suspeito. Contudo, tiveram de interromper os depoimentos porque uma 
multidão se posicionou diante da delegacia, supostamente com a intenção 
de linchar os que lá estavam prestando declarações, pois teriam pensado 
se tratar dos autores do homicídio.
Operação da Polícia Civil resultou na prisão de José Ribamar, o ‘Digné’. (Foto: G. Ferreira)
Com o apoio de um helicóptero do Grupo 
Tático Aéreo (GTA), transferiram as testemunhas às pressas para 
Itapecuru, uma vez que o clima estava tenso no local, com confronto 
entre a população e forças policiais. Na delegacia desta cidade, revelou
 o delegado Alberto Fontes, José Ribamar acabou confessando a autoria do
 crime, descrevendo os pormenores da ação bárbara. No auditório da 
SSP/MA, ele declarou que, antes de matar a pequena Maísa, havia ingerido
 bebida alcoólica, e estaria embriagado, quando a viu passar, raptando-a
 e violentando-a sexualmente, em uma área de mato de Urbano Santos.
De acordo com o secretário de Segurança 
Pública, Jefferson Portela, a prisão em flagrante foi convertida em 
prisão preventiva, pelo juiz Samir Araújo Moana Pinheiro, da Comarca de 
Urbano Santos. O superintendente de Polícia Civil do Interior (SPCI), 
Dicival Gonçalves, explicou na coletiva que “Digné” é usuário de crack, 
e, no dia do seu aniversário, teria matado um homem naquela cidade. O 
suspeito ainda teria passagens em delegacias por roubo e tráfico de 
drogas.
 José Ribamar dos Santos Portácio, de 26 anos, o “Digné”. (Foto: G. Ferreira)
Prisão de baderneiros –
 Na entrevista, foi dito pelo secretário Jefferson Portela que 12 
pessoas foram autuadas em flagrante pelos crimes de dano qualificado ao 
patrimônio público, associação criminosa e incitação ao crime em função 
da depredação de prédios públicos do município. Centenas de pessoas se 
amontoaram em frente à delegacia da cidade, querendo invadi-la, quando 
oito pessoas seriam ouvidas como testemunhas. Pouco depois, um grupo 
destruiu o Fórum de lá, tentando queimar cerca de 20 processos criminais
 em trâmite.
Segundo Portela, cerca de 18 pessoas 
(incluindo membros de facção criminosa do interior e da capital 
maranhense, infiltrados na multidão) participaram desse ato, que foi 
incentivado por um radialista e blogueiro da região conhecido como 
Franklin Night, que permanece sendo procurado pelas polícias Militar e 
Civil e convocou a população para a baderna. O objetivo do 
“quebra-quebra”, frisou o secretário, não era demonstrar indignação e 
revolta com a morte da criança, mas, sim, libertar presos da delegacia 
de Urbano Santos, especialmente uma traficante de lá. Ademais, 
pretendiam destruir processos em andamento (no Fórum) de comparsas.
Conforme Jefferson Portela salientou, 
eles atiraram pedras e até desferiram disparos de revólver calibre 38 na
 direção dos policiais, sendo que houve militares atingidos por pedras 
na cabeça. Um homem de nome Iago foi baleado na perna, durante uma 
reação das equipes de contenção. Os presos foram identificados como José
 de Ribamar Dias Dutra, Adilson dos Santos Monteles, Talvane Moreno da 
Silva, Elimar da Costa Santos, Robert Richard dos Santos Silva, José da 
Costa dos Santos, Albert dos Santos Silva, Elias Dutra Santos, José 
Pedro Pereira da Costa Filho, Raimundo José Mendes Macedo, Ana Luzia da 
Costa dos Santos e Erdenia Pereira da Silva.
A morte de Maísa – A 
menina desapareceu de casa por volta das 21h de sábado (21), sendo 
encontrada em uma área de mato por crianças que procuravam castanha. Ela
 ainda agonizava, em estado de choque, com visíveis sinais de violência 
sexual, sendo levada ao Hospital Waldir Melo, mas não resistiu. O crime 
chocou a população do município e ganhou repercussão estadual.
Fonte: JornalPequeno
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