- Quatro adolescentes foram estupradas e torturadas em Castelo do Piauí
No começo da noite do dia 27 de maio, quatro
adolescentes de 16 e 17 anos foram estupradas, torturadas e jogadas do alto do Morro do Garrote, em
Castelo do Piauí. O crime chocou a sociedade piauiense e ganhou repercussão
nacional, não só pela crueldade com que foi praticado, mas também por seus
autores serem quatro jovens menores de idade. O caso ocorreu num período em que
o assunto mais discutido pelos brasileiros era justamente a redução da
maioridade penal.
Enquanto as jovens eram socorridas e encaminhadas para
o HUT, a polícia tentava dar resposta ágil à revolta popular, apreendendo os
quatro adolescentes que confessaram ter participado de tudo. Exames de DNA
comprovaram que o material genético encontrado nas vítimas era dos adolescentes
envolvidos. Eles foram encaminhados para o Centro Educacional Masculino (CEM)
em Teresina, onde começaram a cumprir medida socioeducativa até que seus
destinos fossem decididos pela Justiça.
Foto: Elias Fontenele/ODIA
Adão foi apontado como o mento do crime, mas nega ter participação
Ao falar com a imprensa sobre o caso, o delegado
Laércio Evangelista informou que os menores mencionaram a participação de um
maior no crime. Esse homem, de nome Adão José de Sousa, foi preso logo depois
do adolescentes, mas ao contrário deles, negou todas as acusações. As
investigações da polícia, no entanto, comprovaram a presença dele na cena do
crime. Adão foi denunciado à Justiça por seis crimes e suas penas, se somadas,
resultaria em 151 anos de reclusão. Ele ainda encontra-se detido no Presídio de
Altos, isolado dos outros presos por questões de segurança. A sentença foi
proferida pelo Juiz de Castelo, Leonardo Brasileiro.
Na noite de 07 de junho, o HUT confirmou, em nota, a
morte de Danielly Rodrigues Feitosa (foto ao lado), uma das adolescentes vítimas do estupro
coletivo. Danielly sofreu uma parada cardiorespiratório e sua morte fez entrar
mais um crime na lista de acusações que pesava contra os adolescentes e Adão: o
feminicídio.
Era noite de 16 de julho, quando a diretoria do CEM
confirmou o assassinato de Gleison Vieira da Silva (foto ao lado), um dos adolescentes
acusados do estupro coletivo. Ele foi espancado até a morte pelos próprios
comparsas com quem dividia uma das celas do Centro. Gleison teve que ser
enterrado às pressas em um cemitério de Teresina porque a polícia temia pela
segurança de sua família, caso o corpo fosse levado para Castelo.
No dia 21 de setembro, o juiz Antônio Lopes, da Vara da
Infância e da Juventude, sentenciou os jovens a cumprirem três anos de
internação e mais três de semiinternação no CEM pela morte de Gleison. O
homicídio ocorrido nas dependências do Estado levantou o debate sobre o sistema
de ressocialização de jovens infratores e a segurança e estrutura do CEM. Toda
a diretoria do Centro foi exonerada após o acontecido. Os jovens condenados
seguem internados lá e, sete meses depois do ocorrido, um deles se encontra em
isolamento completo por representar perigo aos outros dois envolvidos no
estupro.
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