A Constituição
Federal, em seu artigo 196, determina que “a saúde é direito de todos e
dever do Estado”. Mais um daqueles artigos que, em se tratando do Piauí -
que parece viver em um mundo à parte, que fabrica suas próprias leis
estaduais - deixou de ser um dever previsto na Carta Maior, e parece
passou a ser para a paciente uma humilhação, uma subjugação diante da
necessidade de ficar bem, enquanto para o médico que está sendo acusado
uma causa para ganhar um por fora.
O Blog Bastidores fez, recentemente, uma publicação informando que “Promotora apura se médico cobrou propina para operar em hospital público”.
Logo em seguida esse material se desdobrou em uma matéria jornalística,
que, por sua vez, acabou por levar um grupo de profissionais do 180 ao
município de Picos. Lá, esses profissionais se depararam com
informações estarrecedoras, que sugerem indícios da existência de uma
verdadeira máfia instalada dentro do Hospital Regional Justino Luz -
fatos que ficarão para as próximas matérias.
Um dos casos é o
que envolveria o médico José Ayrton Bezerra, ex-prefeito do município
de Monsenhor Hipólito e ex-diretor do Hospital Regional de Picos, que
teria recebido R$ 5 mil, “em dinheiro”, para operar Raimunda Albertina
da Luz. A denúncia foi oficializada junto ao Ministério Público. O 180 descobriu
a casa de dona Raimunda, no povoado de Malhada Grande, em Picos. Sua
operação foi para a retirada de pedras dos rins e da vesícula. Porém, a
paciente sofreria de “cálculo recindivante de fígado”, uma doença
crônica, que faz com que o órgão produza pedras.
A acusação é a
de que o médico José Ayrton Bezerra cobrou R$ 5 mil por uma cirurgia de
retirada de pedras dos rins e da vesícula da paciente. Pelos relatos, o
médico havia dito que a cirurgia não poderia ser feita dentro do
hospital regional de Picos, mas que ele iria ajudar a senhora Raimunda
Luz, já que lá, no hospital, já existiam os aparelhos, e como o quadro
exigia um tratamento imediato, assim foi feito. Porém, pediu segredo do
pagamento e não teria dado recibo.
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