quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

RETROSPECTIVA:Estupro de Castelo foi manchete em todo o Brasil

  • Quatro adolescentes foram estupradas e torturadas em Castelo do Piauí
No começo da noite do dia 27 de maio, quatro adolescentes de 16 e 17 anos foram estupradas, torturadas  e jogadas do alto do Morro do Garrote, em Castelo do Piauí. O crime chocou a sociedade piauiense e ganhou repercussão nacional, não só pela crueldade com que foi praticado, mas também por seus autores serem quatro jovens menores de idade. O caso ocorreu num período em que o assunto mais discutido pelos brasileiros era justamente a redução da maioridade penal.
Enquanto as jovens eram socorridas e encaminhadas para o HUT, a polícia tentava dar resposta ágil à revolta popular, apreendendo os quatro adolescentes que confessaram ter participado de tudo. Exames de DNA comprovaram que o material genético encontrado nas vítimas era dos adolescentes envolvidos. Eles foram encaminhados para o Centro Educacional Masculino (CEM) em Teresina, onde começaram a cumprir medida socioeducativa até que seus destinos fossem decididos pela Justiça.
Foto: Elias Fontenele/ODIA
Adão foi apontado como o mento do crime, mas nega ter participação
Ao falar com a imprensa sobre o caso, o delegado Laércio Evangelista informou que os menores mencionaram a participação de um maior no crime. Esse homem, de nome Adão José de Sousa, foi preso logo depois do adolescentes, mas ao contrário deles, negou todas as acusações. As investigações da polícia, no entanto, comprovaram a presença dele na cena do crime. Adão foi denunciado à Justiça por seis crimes e suas penas, se somadas, resultaria em 151 anos de reclusão. Ele ainda encontra-se detido no Presídio de Altos, isolado dos outros presos por questões de segurança. A sentença foi proferida pelo Juiz de Castelo, Leonardo Brasileiro.

Na noite de 07 de junho, o HUT confirmou, em nota, a morte de Danielly Rodrigues Feitosa (foto ao lado), uma das adolescentes vítimas do estupro coletivo. Danielly sofreu uma parada cardiorespiratório e sua morte fez entrar mais um crime na lista de acusações que pesava contra os adolescentes e Adão: o feminicídio.

Era noite de 16 de julho, quando a diretoria do CEM confirmou o assassinato de Gleison Vieira da Silva (foto ao lado), um dos adolescentes acusados do estupro coletivo. Ele foi espancado até a morte pelos próprios comparsas com quem dividia uma das celas do Centro. Gleison teve que ser enterrado às pressas em um cemitério de Teresina porque a polícia temia pela segurança de sua família, caso o corpo fosse levado para Castelo.

No dia 21 de setembro, o juiz Antônio Lopes, da Vara da Infância e da Juventude, sentenciou os jovens a cumprirem três anos de internação e mais três de semiinternação no CEM pela morte de Gleison. O homicídio ocorrido nas dependências do Estado levantou o debate sobre o sistema de ressocialização de jovens infratores e a segurança e estrutura do CEM. Toda a diretoria do Centro foi exonerada após o acontecido. Os jovens condenados seguem internados lá e, sete meses depois do ocorrido, um deles se encontra em isolamento completo por representar perigo aos outros dois envolvidos no estupro.

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